quarta-feira, maio 09, 2007

Festinha de criança

Estava lembrando de uma certa festinha que fui na minha infância. Era uma casa de festa bem improvisada e eu não encontrava nada pra comer, só no final da festa descobri a saleta da parte de trás com a comida e os garçons, em tempo percebi que era a cozinha - é né... De qualquer forma, foi bem na época que minha mãe ainda me vestia feito bonequinha e as outras garotas com alguma coisa da moda feito mini-"tias". Portanto, lá estou eu indo para a festinha de alguém que não conheço, com aquela meia-calça que dá coceira e o meu irmão e seus amigos no mesmo carro (yeah yeah!).

A festa em si não foi a festa do ano, nem eu lembro como foi direito, mas se tem uma coisa que me lembro é o espírito de porco daquele guri. Chego eu na festa, arrumadinha e com pose de mais velha vejo aquela sala com cadeiras de plástico e poucas crianças e muito, mas muito coisinha boba de festa de criança, coisas como: apitos, cornetas, bolas, bolinhas, balas, apitos, cornetas... Parecia que todo aquela massa infantil tinha assaltado as lembrancinhas antecipadamente ou então a mãe do(a) aniversariante em um lapso de "oh não essa festa foi uma furada" quis alegrar todos abrindo assim as lembrancinhas, quem sabe... De qualquer forma, lá estou eu pensando, "ah droga, isso vai ser chato" quando aparece uma criatura (mais tarde descubro, bem diabolica) com aquela faceta de anjo e roupinha gap me oferecendo um chiclete, mas não qualquer chiclete, era aquele compridinho e fino de embalagem amarela. Senti uma certa massagem no ego, lisonjeada, mas veja só, que educada é essa nova geração...

- Ei garota, quer um chiclete?

- (cara de ohhhh que cute cute cute) não, obrigada!

Ah, se não fosse pelo trauma ocorrido nesse mesmo ano envolvendo chiclete e uma luz no fim do túnel eu teria aceitado e ele não estaria vivo! Pessoas me perguntam por que? Aquele bendito chiclete, não era bem chiclete, era mais uma lembrancinha que circulava as mesas de plástico da sala! Após me acomodar em uma cadeira, precisamente no fundo da sala de fronte a porta da cozinha, seguindo regras militares e milenares chinesas e brincando com aquela bolinha-quebra-cabeça, vejo, com esse olhos de pequena ninja em ataque, aquele viadinho oferecendo pra outra garota na porta de entrada. Ah, como assim? Eu sou só mais uma é? Vai ficar oferecendo pra qualquer uma e ver no que dá, eu tenho valor sabia?

E a outra ainda aceita... Mas quando a garota-amante puxa o chiclete, vem com tudo uma barata de plástico! SIM! Elas aterrorizam até quando são de plástico! Era um mecanismo muito complicado, tinha um mola (talvez!) que fazia a baratinha vir do fundo do pacote sem você ver, coisa complicadamente simples que a garota ficou quase em prantos sem entender. Como pode ser que uma barata de plástico vem de dentro de um pacotinho de chiclete, não é natural! A única coisa que podia fazer era jogar aquele olhar de "eu sabia que ele iria fazer isso e você não" com um toque de "sou mais velha, dá licença" e "onde está o brigadeiro?". Tá, mentira, eu ri.

terça-feira, maio 08, 2007

historia de amor

Minha faxineira conversa com o rádio. É, ela conversa, na verdade conversa apenas na programação das "histórias de amor", pára tudo que está fazendo e fica ali no cantinho da cozinha, escutando e basicamente conversando. Nesses momentos de ir pra cozinhar de tarde que descobri isso, mas mulher de Deus o que estás fazendo? Shhh, foi o que ela respondeu. A história de amor, ao contrário do título, não era bem de amor e sim de um casamento com amante e secretária e mudança de Estado e não sei mais o que! Devo lhe dizer, caro leitor(a) que a voz da locutora, putz! O que era aquilo, meu Brasil? - "estava muito triste, meu marido havia me traído"... - Mas veja... Mas veja... - Val (a faxineira!) respondia com aquele olhar ao horizonte. - Valsinha querida, ela não te ouve! - shhhhhh! - Você pode resumir? - Faz isso não, mulher! - ok... Espera, é comigo? - shhhh! Não é possível, não é possível!! tinha tanta história! E mais: tinham umas que eram tão grande que tinha até comercial sabe? "então, quando avistei ele ao longe fiquei....Promoção queima de estoque de fogão nas Casas Seilaoquê!" Olha a jogatina de marketing (cara de perua afetada), não quero saber dessa milésima queima de estoque (piadinha infame: a esse ponto o estoque já tinha virado pó!) quero minha história de amor! Putz! E olha que eu não entendia essa crise(?) que a Val tinha ao ouvir essa porcaria, mas na segunda semana que ao passar pela cozinha escutei ao longe uma voz bem chatinha e calma bem típica de carro de som, virei uma radionoveleira ou seja lá o que for! Era uma lavagem cerebral, uma porcaria tão bem feita, parecia brinquedinho de criança da moda, de repente eu queria ser a tal Roseleide! As histórias? Ih... De amor! Essa semana ouvi de uma mulher que conheçou o moço, engravidou e não se lembrava do nome do cidadão, anos depois reencotrou com o tiosão joselito e tcharam! " É seu filho, hômi!", quase me emocionei. Quase.